IML Realiza Exames em Cajus e Animal para Investigar Envenenamento que Deixou Dois Meninos Mortos no Piauí
O Instituto Médico Legal do Piauí (IML) deu início aos exames nos cajus que teriam sido consumidos por João Miguel, de 7 anos, e Ulisses Gabriel, de 8 anos, que morreram em agosto e novembro de 2024, respectivamente. Ambos são parentes de quatro pessoas que também morreram envenenadas no dia 1º de janeiro de 2025, em Parnaíba, após consumirem arroz contaminado com terbufós, um pesticida altamente tóxico. As vítimas da tragédia mais recente incluem a mãe dos meninos, dois irmãos e um tio.
De acordo com o perito-geral do IML, Antônio Nunes, as frutas apreendidas na época da morte das crianças, bem como um gato encontrado morto no local, estão passando por análises para determinar se há presença da substância tóxica. “Inicialmente, priorizamos os exames dos cadáveres. Agora estamos analisando os cajus e o gato, que foram coletados como provas e podem ser cruciais para o caso”, afirmou Nunes. Os resultados serão encaminhados para a Polícia Judiciária e, posteriormente, ao Ministério Público.
As investigações apontam uma possível ligação entre os casos de envenenamento. O terbufós, substância detectada na panela do arroz consumido pela família em janeiro, também foi encontrado nos corpos dos meninos que morreram no ano passado. Segundo Antônio Nunes, a perícia busca respostas claras e imparciais. “A análise dos alimentos e do animal dirá se a substância está presente. A perícia trabalha com fatos, não com hipóteses”, reforçou.
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Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, foi preso na última quarta-feira (8) sob a acusação de envenenar oito pessoas da própria família, das quais quatro faleceram. Ele é padrasto de Francisca Maria da Silva, mãe dos meninos João Miguel e Ulisses Gabriel, e das outras duas crianças que morreram após o consumo do arroz.
No dia do envenenamento, Francisco foi hospitalizado alegando ter ingerido a mesma comida envenenada, mas a polícia estranhou o fato de os sintomas surgirem apenas quatro horas depois, contradizendo os relatos médicos de que os efeitos do terbufós são quase imediatos, manifestando-se em até uma hora.
Além disso, a investigação revelou que Francisco tinha um relacionamento conflituoso com a enteada e outros familiares que viviam na residência. Durante a operação que resultou em sua prisão, materiais ligados ao nazismo foram encontrados em um baú de sua propriedade, além de alimentos e dispositivos eletrônicos que serão periciados.
No dia 1º de janeiro, oito pessoas ingeriram o arroz envenenado. Dessas, quatro morreram:
• Manoel Leandro da Silva, 18 anos (enteado de Francisco de Assis);
• Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria);
• Lauane da Silva, 3 anos (irmã de Igno Davi);
• Francisca Maria da Silva, 32 anos (mãe de Lauane e Igno).
Outras quatro pessoas foram internadas, incluindo uma menina de 4 anos e um adolescente de 17 anos, ambos filhos de Francisca Maria. Três delas já receberam alta.
As análises periciais prosseguem, e a polícia busca consolidar as evidências para esclarecer as circunstâncias que envolvem as mortes e responsabilizar os envolvidos. A investigação também deve examinar se há conexão entre o material apreendido e os crimes cometidos.
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