Uma pesquisa inovadora publicada na JAMA Psychiatry em 13 de novembro aponta que medicamentos amplamente utilizados para tratar diabetes tipo 2 e obesidade, como o Ozempic, podem ter benefícios significativos no tratamento do alcoolismo.
Os medicamentos em questão pertencem à classe dos agonistas do receptor GLP-1 (glucagon-like peptide-1), que atuam no controle de glicose e apetite. No estudo, os pacientes diagnosticados com transtorno por uso de álcool que utilizaram esses medicamentos apresentaram uma redução notável nas hospitalizações relacionadas ao consumo de álcool.
Os Achados do Estudo
O estudo envolveu a análise de milhares de registros médicos de pacientes que usavam agonistas de GLP-1, comparando-os com indivíduos tratados por alcoolismo que não utilizaram os medicamentos. Os resultados revelaram que aqueles em tratamento com GLP-1 tiveram uma diminuição substancial nos episódios de hospitalização devido a complicações ligadas ao álcool, sugerindo que o medicamento pode influenciar os sistemas cerebrais envolvidos no desejo por substâncias.
"Esses resultados abrem novas possibilidades terapêuticas para um problema de saúde pública de grande magnitude", afirmou a pesquisadora principal do estudo.
Como os Medicamentos Funcionam
Os agonistas de GLP-1 atuam no sistema nervoso central, modulando o apetite e, possivelmente, o comportamento de busca por recompensas. Esse efeito, inicialmente explorado para controlar a ingestão alimentar, pode explicar por que esses medicamentos impactam o consumo de álcool.
Apesar de promissores, os especialistas alertam que mais estudos são necessários para confirmar os resultados e avaliar a segurança e eficácia do uso dos medicamentos GLP-1 no tratamento do alcoolismo.
Um Novo Horizonte no Tratamento do Alcoolismo
Atualmente, as opções farmacológicas para tratar o alcoolismo são limitadas e nem sempre eficazes para todos os pacientes. A descoberta de que os medicamentos GLP-1 podem ajudar representa uma oportunidade de ampliar o arsenal terapêutico contra o transtorno.
Enquanto os pesquisadores avançam na investigação, profissionais de saúde veem o estudo como um sinal positivo na luta contra o alcoolismo, uma condição que afeta milhões de pessoas globalmente.
(Redação - Cidades em Evidência)
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