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    Hezbollah dispara mais de 100 foguetes contra Israel após sofrer maior ataque desde o começo da guerra

    O grupo xiita libanês Hezbollah disparou cerca de 150 foguetes contra localidades do norte de Israel nesta sexta-feira, um dia após as Forças Armadas israelenses executarem o maior ataque aéreo contra posições do grupo em solo libanês desde o começo da guerra em Gaza, há mais de 11 meses.

    A situação na fronteira entre os dois países se degradou rapidamente após a detonação de milhares de pagers e walkie-talkies do movimento libanês, atribuído a uma ação secreta israelense — que não comenta o caso. Em meio de pedidos de cautela, o Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta sexta para tratar do assunto.

    Sirenes e sinais de alerta soaram em cidades e vilarejos ao longo de toda a fronteira norte de Israel, em meio às rodadas de foguete disparadas pelo Hezbollah. As Forças Armadas israelenses confirmaram que 60 projéteis foram lançados contra a cidade de Sefad, sendo parte deles abatida e o restante caindo em áreas abertas. Menos de 30 minutos após o primeiro ataque, uma segunda rajada de foguetes foi detectada pelas autoridades.

    As forças de segurança israelenses emitiram alertas para várias regiões do norte do país, em meio ao aprofundamento de tensões com o Hezbollah. Moradores de comunidades na Galileia foram advertidos a se manterem perto de abrigos antibomba, diante das ameaças do Hezbollah de intensificar os combates.

    O secretário-geral do movimento libanês, Hassan Nasrallah, prometeu que Israel sofreria uma “punição justa” após a detonação de equipamentos de comunicação do grupo — uma ação que deixou 37 mortos e mais de 3 mil feridos. Enquanto o líder do grupo xiita fazia promessas de retaliação em um discurso televisionado, Israel lançou um ataque aéreo em larga-escala, considerado o maior contra o vizinho do norte desde o início das hostilidades, contra 100 bases de lançamento de foguete.

    O Exército israelense também afirmou ter destruído um depósito de armas da organização e prédios ligados à estrutura do grupo.

    Rivais regionais e inimigos em outros confrontos, como durante a Segunda Guerra do Líbano em 2006, Israel e Hezbollah voltaram a trocar hostilidades após o início da guerra em Gaza.

    Em solidariedade ao grupo palestino Hamas, o movimento libanês lançou ataques contra o norte de Israel — principalmente com o disparo de foguetes, mísseis e projéteis de artilharia, que já mataram civis e militares.

    Antes dos disparos desta sexta-feira, o Hezbollah já havia assumido responsabilidade por pelo menos 17 ataques contra 14 alvos militares no norte de Israel na quinta-feira.

    A ONU, os EUA e várias potências internacionais fizeram pedidos de moderação diante do receio de uma escalada de violência na região, enquanto o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião para esta sexta-feira. A reunião foi convocada a pedido da Argélia, único representante árabe do conselho.

    De Beirute, o primeiro-ministro libanês, Nayib Mikati, apelou à ONU para que tome “uma posição firme para travar a agressão israelense contra o Líbano e a guerra tecnológica que está travando” pouco antes do início da reunião. O chanceler do país, Abdullah Bu Habib, disse que apresentará uma queixa ao Conselho de Segurança para denunciar a “agressão ciberterrorista de Israel”, que ele descreveu como um “crime de guerra”.

    O Hezbollah culpa Israel pela explosão de dispositivos de comunicação de membros da formação xiita na terça e quarta-feira em várias regiões do Líbano — algo que Israel não admitiu estar por trás. Em discurso, Nasrallah acusou Israel de ter ultrapassado “todas as linhas vermelhas” e denunciou um “massacre” que poderia ser considerado “uma declaração de guerra”.

    Israel, que não comentou o ataque, indicou nesta semana que a guerra contra o Hezbollah seria o novo foco em sua batalha contra inimigos regionais, em conexão com a guerra em Gaza. O ministro da Defesa Yoav Gallant foi taxativo ao declarar na quarta-feira que o “centro de gravidade” da guerra estava se deslocando “para o norte”, em direção ao Líbano. No fim da mesma semana, os ataques são intensos.

    ( o Globo )


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