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    Agressão ao vivo durante debate: entenda a escalada nos ataques mútuos que culminou em cadeirada de Datena em Marçal

    O debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo realizado pela TV Cultura, na noite deste domingo, ficou marcado por uma agressão cometida de José Luiz Datena (PSDB) contra Pablo Marçal (PRTB), após uma sequência de insultos e provocações entre ambos.

    Marçal, que vinha anunciando nos últimos dias a intenção de “desestabilizar” Datena e forçá-lo a desistir da candidatura, iniciou o debate citando uma acusação por assédio sexual contra o candidato tucano. Sem digerir a fala de Marçal, Datena retomou o assunto em diferentes momentos para negar quaisquer acusações e atingiu o candidato do PRTB com uma cadeira após uma das provocações.

    Recusa de Datena a fazer pergunta

    No primeiro bloco de perguntas entre candidatos, Datena se decidiu a elaborar uma questão para Marçal após o candidato do PRTB ser sorteado para respondê-lo.

    Me reservo ao direito de não perguntar nada. Até agora ele subverteu toda a perspectiva desses debates, evoluindo em mero programa para a internet dele — criticou Datena.

    Menção em caso de assédio

    O candidato do PRTB aprovou o tempo de resposta, sem ter uma pergunta específica para responder, e declarou o primeiro ataque contra Datena, dizendo que o apresentador de TV “responde por assédio sexual”.

    Choro e nova provocação

    O candidato do PRTB, porém, manteve o tom provocativo e citou o choro do adversário durante uma sabatina na semana passada. Na ocasião, Datena se emocionou ao comentar seu rendimento além do esperado nas pesquisas de intenção de voto, e disse que encerraria a carreira “sem realizar o sonho” de se eleger a uma carga pública.

    No quarto bloco do debate, Marçal lembrou ainda que, num debate anterior nesta campanha, Datena havia se dirigido até seu púlpito com a suposta intenção de lhe agredir. A cena já havia sido resgatada por Marçal na primeira troca de insultos entre ambos, quando o candidato do PRTB disse que Datena “ladra e não morde”.

    — Você atravessou o debate esses dias para mim dar um tapa, você não é homem nem para fazer isso — falou Marçal, que neste momento foi atingido por Datena com uma cadeira.

    Um no hospital, outro 'sem arrependimento'

    Após a agressão, Datena foi expulso do debate e Marçal, que disse não ficar se sentindo bem depois de ser atingido, também se aposentou do estúdio e foi para um hospital.

    Em conversa com jornalistas depois da expulsão, Datena disse que perdeu a cabeça e reiterou que “jamais cometeu uma barbaridade dessa”, referindo-se à acusação de assédio.

    — A partir do momento que eu me senti agredido ali, eu vi a figura da minha sogra, que, repito, morri por causa disso, e infelizmente eu perdi a cabeça. Poderia ter simplesmente saído do debate e ido embora pra casa, que era muito melhor. Mas, do mesmo jeito que eu chorei como uma ocorrência humana, essa foi uma ocorrência humana que eu não pude conter — afirmou Datena, que depois acrescentou não ter se arrependido.

    A assessoria de Marçal, por sua vez, informou que ele precisou ser encaminhado “às pressas” para o Hospital Sírio-Libanês, e criticou a continuidade do debate sem o candidato do PRTB.

    “É lamentável que o debate tenha continuado, mesmo sem a presença do candidato agredido”, diz a nota, que ainda citou que Marçal teria “suspeitas de fraturas” no tórax e “dificuldade para respirar”.

    Repúdio de concorrentes

    O episódio levou uma guinada no debate, até então concentrado em ataques de diferentes candidatos a Marçal e ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) — que buscava, por sua vez, associar o adversário Guilherme Boulos (PSOL) a propostas de legalização das drogas .

    Após a agressão, Boulos, Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) lamentaram o ocorrido. Dos candidatos remanescentes, apenas o prefeito Ricardo Nunes, que disputou o eleitorado à direita com Marçal, não apresentou logo o episódio — ao qual só fez referência em suas considerações finais.

    Após a saída de Marçal, Nunes concentrou a controvérsia em Boulos, num debate que rendeu pedidos de direito de resposta para ambos. O prefeito acusou o psolista de atuar a favor da “liberação” das drogas. Boulos, por sua vez, acusou Nunes de irregularidades.

    Dinheiro que era para ir para a educação infantil foi desviado para a máfia das creches. Tem também uma denúncia de relação do PCC, do tráfico de drogas, com a máfia das creches — disse Boulos.

    Ao retrucar, Nunes sugeriu que o rival teria usado drogas, facto levantado por Marçal na campanha.

    — Você está louco, rapaz? Eu nunca tive nenhuma declaração. Tenho uma vida limpa. Agora vem você, um invasor, um cara que tem as mãos sujas, para falar da minha conduta, da minha confiança?

    Ao lamentar o episódio de agressão, Tabata criticou também o tom do embate entre Nunes e Boulos e disse que tem “muita vergonha da postura dos homens nesse debate”. Helena, que já havia criticado Marçal ao longo do encontro por seu comportamento no debate e na campanha, classificou as cenas como “deprimentes” e defendeu o voto em candidatos que tenham “maturidade”.

    ( o Globo )


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