Operação da Polícia Civil prende Oruam em flagrante por abrigar foragido da Justiça
Cantor foi autuado por favorecimento pessoal; buscas ocorreram em endereços ligados a ele e à mãe, Márcia Nepomuceno
A Polícia Civil prendeu em flagrante, nesta quarta-feira (26), o cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, durante uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão. A ação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) em sua residência, no bairro do Joá, no Rio de Janeiro. No local, os agentes encontraram um foragido da Justiça, acusado de integrar uma organização criminosa, o que levou à prisão do cantor pelo crime de favorecimento pessoal.
Além da residência de Oruam, as autoridades também cumpriram mandados em endereços da mãe do cantor, Márcia Nepomuceno. Os mandados foram expedidos pelo juízo de Santa Isabel, em São Paulo, dentro da investigação que apura um disparo de arma de fogo realizado pelo artista no dia 16 de dezembro de 2024, em um condomínio residencial na cidade de Igaratá, SP.
Investigação busca arma usada em disparo
Oruam foi indiciado pelo crime de disparo de arma de fogo, sob a acusação de colocar em risco a integridade de diversas pessoas. A Polícia Civil busca agora localizar e apreender a arma utilizada no episódio, além de identificar seu verdadeiro proprietário.
Essa não é a primeira vez que o cantor enfrenta problemas com a Justiça. No último dia 20 de fevereiro, Oruam foi preso na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, após realizar uma manobra brusca na frente de uma blitz da Polícia Militar. Ele foi autuado por dirigir com a carteira de habilitação suspensa e liberado após pagar uma fiança de R$ 60.720, valor equivalente a 40 salários mínimos.
Histórico de polêmicas
Oruam, um dos nomes em ascensão no cenário do rap nacional, acumula controvérsias dentro e fora dos palcos. Em março de 2024, o cantor gerou grande repercussão negativa ao subir ao palco do festival Lollapalooza, em São Paulo, vestindo uma camiseta pedindo a liberdade de seu pai, Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, que cumpre pena de 44 anos de prisão.
Na época, o rapper se defendeu das críticas afirmando que sua manifestação foi um "desabafo de um menor que cresceu sem ter o seu pai perto". Ele justificou sua atitude dizendo que seu pai "errou, mas está pagando pelos seus erros e com sobra". A declaração, no entanto, gerou ainda mais repercussão negativa nas redes sociais.
Além da ligação com Marcinho VP, Oruam também mantém relação com outro nome do crime organizado: Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. Considerado "tio" pelo cantor, Elias foi homenageado pelo sobrinho com uma tatuagem em sua barriga.
Lei 'Anti-Oruam' avança no Rio
A recente prisão do cantor reacendeu o debate sobre a proposta de lei que proíbe a contratação de artistas pelo poder público caso façam apologia ao crime ou ao tráfico de drogas. O projeto, que já tramita em diversas capitais do país, agora está em pauta na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
De autoria da vereadora Talita Galhardo (PSDB), com coautoria de Pedro Duarte (Novo), a medida segue o modelo da "Lei Anti-Oruam", proposta inicialmente em São Paulo pela vereadora Amanda Vettorazzo (União), ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL). A iniciativa surgiu após críticas à presença de rappers e funkeiros no cenário musical, acusados de normalizar o crime por meio de suas letras e performances.
Diante das novas acusações e do endurecimento das políticas contra artistas com histórico de apologia ao crime, o futuro de Oruam no cenário musical pode se tornar ainda mais incerto.
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